Foto: Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve em São Luís, capital do Maranhão, na sexta-feira (2), em campanha ao lado do ex-governador do Maranhão e candidato ao senado, Flávio Dino (PSB), do governador e candidato à reeleição Carlos Brandão (PSB) e do candidato a vice-governador Felipe Camarão (PT).

No ato ocorrido na Praça Maria Aragão, Lula disse que “dia 7 é dia da Independência, mas a verdadeira independência acontecerá dia 2 de outubro quando o povo for às urnas”.

Lula falou para os presentes que é preciso “acabar com orçamento secreto”, no qual classifica como “podridão” e que ”se fosse bom não seria secreto, seria público”.

Na sua fala também anunciou que pretende adotar uma política de valorização real do salário mínimo e reajustar a tabela do imposto de renda “para que a classe média não seja sufocada pagando Imposto de Renda”.

“A solução para o Brasil é simples: é colocar o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda. Se a gente colocar a gente começa a melhorar o país”, explicou.

Medidas

Em seu discurso Lula reafirmou que seu primeiro decreto será o de revogação dos sigilos de cem anos impostos por Bolsonaro. Assim como relembrou que pretende ter uma reunião com os 27 governadores eleitos para debater a retomada do crescimento do país. Ele pretende que os governadores indiquem quais são as principais obras de infraestrutura de cada estado a fim de envolver o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o investimento.

Também falou sobre a retomada e a ampliação do programa Minha Casa Minha Vida e que pretende fortalecer programas da educação como Prouni, Fies, a criação de universidades, escola técnicas e escolas de tempo integral.

Além disso, Lula indicou a oferta de crédito com juros baixos para microempreendedores ao mencionar que 70% da população brasileira está endividada.

Apoio

O ex-governador Flávio Dino fez referência à força do ex-presidente no Maranhão: “Esse estado nunca se enganou com miliciano, nunca baixou a cabeça para demagogia e aqui é a terra que nunca teve medo de ser feliz, porque a gente sempre ganhou eleição”.

Quando falou sobre Dino, Lula disse para ele se preparar, pois, mesmo se eleito, “não será senador por muito tempo, porque vai ter muita tarefa nesse país”, em referência a uma possível indicação para ministério.

Sobre as votações no estado, Lula reconheceu o apoio da população.

“Sou agradecido ao Maranhão porque aqui eu tive 58% no segundo turno de 2002. Depois eu tive 85% dos votos em 2006, a Dilma teve 78% (2010), 79% (2014) e o Haddad teve 75%. Então eu deveria fazer uma referência de agradecimento a vocês”, falou em sinal de reconhecimento.

Fome no país

A presidenta nacional do PCdoB e candidata à reeleição como vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, esteve no ato e criticou o aumento dos preços dos alimentos durante o governo Bolsonaro.

“Temos saudades do tempo que o povo podia comprar as coisas, podia ir ao mercado, porque agora estamos vivendo a pior inflação dos últimos anos. Ninguém aguenta mais o preço do feijão, o preço do arroz, da farinha. No governo Bolsonaro subiu o preço do arroz, da farinha, do botijão de gás, só não subiu o salário mínimo do povo. O povo quer o salário mínimo do Lula, que é o salário que comprava e dava condição de vida”, apontou Luciana.

O ex-presidente mostrou a sua indignação com a fome no Brasil quando discursou.

“Não posso aceitar que um país que é o terceiro produtor de alimentos do mundo tenha 33 milhões de pessoas passando fome, não é possível. A gente tem capacidade de produzir, a gente tem que acabar com a fome”, afirmou Lula.

Evangélicos

O ex-presidente fez questão de abordar sobre as Fake News criadas contra ele sobre religiosidade e lembrou de feitos na sua gestão ao dizer que segue o Deus do amor.

“Eles dizem que não sou cristão, veja que absurdo. Quem criou a lei de liberdade religiosa fui eu, em 2003. O dia do evangélico fui eu. Quem fez a lei da Marcha para Jesus fui eu. E eles ainda mentem descaradamente. Eu vou dizer uma coisa, o meu Deus é o Deus da verdade, é o Deus do amor, não é o Deus do ódio. É o Deus do carinho, da prosperidade. Eu acho que o meu Deus não é o Deus do Bolsonaro. O dele é outra coisa porque ele sabe que não se pode falar o nome de Deus em vão e ele fala todos os dias”.

“Eu não misturo política com religião. O Estado não tem religião. O Estado tem que tratar bem todas as religiões. A igreja não pode ter partido, porque quando você vai na igreja, você vai tratar da sua fé, não vai atrás de política. Atrás de política você vai a um partido, não em uma igreja”, explicou.

Também estiveram no ato em São Luís deputados federais, entre eles Márcio Jerry (PCdoB), o senador Randolfe Rodrigues (Rede), a candidata a deputada federal Sonia Guajajara (Psol), Janja e o coordenador do programa da chapa Lula-Alckmin, o ex-ministro Aloizio Mercadante.