Áustria, Eslováquia e Hungria rejeitaram a ideia de violar contratos com a Gazprom. (Sean Gallup/Getty Images)

“Bruxelas decidiu não limitar os preços do gás russo após o aviso de Putin sobre o corte total do fornecimento caso a decisão acabe sendo tomada”, informou o colunista do The Telegraph, Tom Rees

A declaração do presidente Vladimir Putin que, ao comentar a ideia de introduzir um teto de preços para a energia russa, disse que o Ocidente não se encontra em uma posição na qual possa ditar a Moscou as suas condições, fez a União Europeia abandonar a ideia de definir limites aos preços do gás que importa de Moscou, completou Tom Rees.

O jornalista sublinhou que neste momento a Europa está atravessando uma crise grave provocada pela alta súbita dos preços da energia e relatou que na reunião de emergência da União Europeia (UE), que ocorreu na sexta-feira (9), os ministros da Energia do bloco discutiram medidas opcionais que poderiam introduzir para não depender só da limitação do preço do gás russo.

Além disso, consideraram a opção de obrigar os cidadãos a reduzir o consumo de energia em horas de ponta e introduzir limites aos lucros das empresas que produzem eletricidade, especialmente aquelas com despesas baixas e que estão obtendo grandes lucros devido aos preços altos.

No entanto, segundo um diplomata sênior citado pelo The Guardian, não houve uma maioria a favor da limitação do gás russo, pois os Estados-membros da UE têm “configurações diferentes de energia” e “exposição variável” a uma possível interrupção do gás russo.

“O que é facilmente implementável no país A poderia ser impossível de implementar no país B”, afirmou o diplomata.

Países como a Áustria, Eslováquia e Hungria importam uma grande quantidade de gás russo e se opuseram à ideia. Budapeste, em particular, que recentemente assinou novos contratos de gás com a empresa estatal russa Gazprom, considera a iniciativa uma sanção que deve ser decidida por unanimidade.

Ao mesmo tempo, outros países como a França, Itália e Polônia, apoiam o teto de preços, mas argumentam que deve ser aplicado a todos os tipos de combustível importado, incluindo o gás natural liquefeito.

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