Três novas pesquisas sugerem “onda Lula” e vitória no primeiro turno
Em menos de 12 horas, três novas pesquisa de intenção de voto à Presidência da República indicaram que a eleição 2022 está prestes a ser decidida no próximo domingo (2), em um único turno. Levantamentos do Ipec, da Quaest e do PoderData sugerem que, nesta reta final da disputa, a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou em viés de alta, enquanto a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) estagnou.
A “onda Lula”, já sinalizada em pesquisas desde a semana passada, ganhou força nestes últimos dias de campanha. Recortes da nova rodada da pesquisa Ipec, divulgados na noite desta terça-feira (27), mostram que, em uma semana, o petista cresceu nos três maiores colégios eleitorais do País – todos concentrados na região Sudeste.
Em São Paulo, Lula oscilou de 43% para 44%. Em Minas Gerais, saltou de 46% para 49%. No Rio de Janeiro, passou de 41% para 42%. Ainda que sejam, invariavelmente, oscilações dentro da margem de erro dessas pesquisas, o fato é que, mais uma vez, a vantagem do ex-presidente continua a crescer. Nos três estados, Bolsonaro manteve os mesmos percentuais de voto que registrou na última semana. No Rio, não há mais empate técnico – Lula se consolidou como líder.
Uma vez que Bolsonaro havia priorizado o Sudeste em setembro, como estratégia para reduzir a diferença para Lula, os resultados afundaram um pouco mais o ânimo da campanha bolsonarista. “Bateu o pânico entre assessores do presidente”, relatou o jornalista Tales Faria, colunista do UOL.
“Eles apontam uma enorme dificuldade para a reeleição do presidente com a qual o comando da campanha não contava conviver a cinco dias da votação do primeiro turno”, agrega Tales. “Lula aumentou a diferença sobre Bolsonaro nos três maiores colégios eleitorais do país. Ficou 11 pontos à frente no estado com maior número de eleitores, São Paulo; 18 pontos, em Minas Gerais; e seis pontos, no Rio de Janeiro.”
Pesquisas nacionais
Os problemas para o bolsonarismo não se resumem ao Sudeste. Nas primeiras horas desta quarta-feira (28), duas pesquisas de abrangência nacional ratificaram a tendência de vitória de Lula no primeiro turno. A nova sondagem da Quaest Consultoria, contratada pela Genial Investimentos e divulgada à 0h05, aponta que a vantagem de Lula para Bolsonaro, no conjunto do eleitorado brasileiro, passou de dez para 13 pontos percentuais.
Enquanto o atual presidente recuou de 34% para 33%, o petista avançou de 44% para 46%. Quando se consideram apenas os votos válidos (excluindo-se brancos, nulos e indecisos), Lula vai a 50,5% dos votos válidos – percentual que, se concretizado, lhe daria a vitória no primeiro turno.
Os demais candidatos que pontuaram – Ciro Gomes (PDT, 6%), Simone Tebet (MDB, 5%) e Soraya Thronicke (União Brasil, 1%) — estão no mesmo patamar de votos da semana passada. É plausível, assim, que Lula tenha tirado eleitores do próprio Bolsonaro e, eventualmente, de indecisos.
Na simulação de segundo turno, a dianteira de Lula ante Bolsonaro também se alargou. Era de dez pontos percentuais há uma semana – 50% a 40%. Agora, está em 14 pontos – 52% a 38%. Outro dado negativo para o presidente é que a rejeição a seu governo cresceu, numericamente, em todas as regiões do País, especialmente no Nordeste, onde disparou de 48% para 55%.
Já a Pesquisa PoderData, embora faça entrevistas apenas por telefone, indica igualmente o crescimento lulista. Nos chamados votos válidos, Lula abriu dez pontos de vantagem sobre Bolsonaro – 48% a 38%. O ex-presidente oscilou dois pontos para cima, enquanto o atual mandatário oscilou um para baixo.
“Os dados do PoderData não permitem inferir que a eleição presidencial terminaria hoje com uma vitória de Lula no 1º turno”, diz o site Poder360, que divulgou o levantamento em primeira mão. “Faltam 4 dias e o petista terá de ganhar um pouco mais de apoio para liquidar a fatura em 2 de outubro.”
De acordo com os números, Lula vai notadamente melhor entre eleitores com renda até dois salários mínimos (55% a 30%), nordestinos (55% a 32%), mulheres (53% a 34%) e jovens de 16 a 24 anos (50% a 35%). Estabilizar esses indicadores e melhorar um pouco nos demais é o caminho para Lula sacramentar o êxito no domingo.