Sem grandes momentos, debate fica mais programático no 3º bloco
Um tom mais programático – e mais morno – marcou o terceiro bloco do debate entre os presidenciáveis na TV Globo, na noite desta quinta-feira (29). Embora os candidatos pudessem propor temas livremente, a pancadaria – sobretudo contra o ex-presidente Lula (PT) – recrudesceu. Discussões sobre educação, cultura e papel do Estado entraram em pauta, mas nenhum dos concorrentes ao Planalto sobressaiu por algum grande momento.
Padre Kelmon (PTB), na condição de linha auxiliar de Jair Bolsonaro (PL), voltou a provocar Lula (PT). O ex-presidente lembrou que foi absolvido em 26 processos e chamou Kelmon de “candidato laranja”, “impostor” e “fariseu”. Em outro momento, diante de Soraya Thronicke (União Brasil), o suposto padre apelou à religião para tentar vender uma superioridade moral sua em relação aos demais presidenciáveis. “Vocês todos aqui – inclusive alguns jornalistas – estão precisando de catequese”, afirmou, arrancando risos nos estúdios da Globo.
As “tabelinhas” entre candidatos continuaram, sendo algumas inusitadas. Felipe d’Avila (Novo), por exemplo, poupou Jair Bolsonaro (PL) quando foi perguntado sobre o risco de a esquerda reassumir o País e interromper o atual momento econômico “virtuoso”. Mais preocupado em se apresentar como liberal e antipetista, D’Avila se limitou a criticar Lula e cobrar mais e mais reformas, sem problematizar nenhum dos (muitos) dados imprecisos ou mesmo falsos lançados por Bolsonaro.
Ciro Gomes (PDT) questionou o presidente sobre o fisiologismo em seu governo e escândalos de corrupção. Bolsonaro declarou que não tinha poder para barrar o “orçamento secreto”, pois poderia incorrer em crime de responsabilidade. “Eu lhe ensino”, debochou Ciro.
O debate nos estúdios da Globo é o terceiro desta campanha eleitoral – e o último antes do primeiro turno. Em 28 de agosto, houve encontro dos presidenciáveis na Band. Já no último sábado, os candidatos debateram no SBT. O primeiro turno acontece no próximo domingo (2).