Roger Waters teve shows cancelados na Polônia após criticar o regime de Kiev e as provocações da Otan (Divulgação)

Roger Waters, denunciou a censura contra ele por parte do governo polonês que suspendeu dois shows marcados para a cidade de Cracóvia, após ter feito críticas ao envolvimento dos países ocidentais submissos a Washington fornecendo armas ao regime títere de Kiev.

Desmentindo as alegações de que teria sido ele quem teria cancelado os espetáculos, Roger Waters informou que a decisão partiu do governo local. “Seus jornais estão errados em suas afirmações de que eu ou meu empresário cancelamos meus próximos shows em Cracóvia, não fomos nós”, afirmou o músico em um post no Facebook no domingo, respondendo ao The Guardian e a vários jornais poloneses.

Como parte da campanha de estigmatização de quem busca a paz, Roger Water denunciou que um vereador de Cracóvia, Lukasz Wantuch, apresentou uma moção para declará-lo “persona non grata”. “Isso é por causa dos meus esforços públicos para encorajar todos os envolvidos na desastrosa guerra na Ucrânia a trabalhar para uma paz negociada”, ressaltou o cantor, ironizando que o caminho da censura “não é muito democrático”.

Conforme assinalou o músico, se estes esforços levarem ao cancelamento dos concertos, será “uma triste perda” para si próprio, mas também para o povo de Cracóvia que desejava ver o espetáculo. “A censura draconiana ao meu trabalho vai negar a eles a oportunidade de tomar suas próprias decisões”, acrescentou.

A campanha de desinformação movida contra o músico cita o representante do local, Lukasz Pytko, que mentiu ao dizer que foi o empresário de Roger Waters quem “decidiu se retirar, sem dar nenhum motivo”.

Em carta aberta à primeira-dama da Ucrânia, Elena Zelenskaya, no início deste mês, o músico condenou forças de extrema direita por arrastarem o país para o conflito e os EUA pelo envio de armas para que o regime de Kiev prossiga com o conflito: “Jogar combustível em uma luta a ferro e fogo nunca funcionou para encurtar uma guerra no passado e não vai funcionar agora, particularmente porque, neste caso, a maior parte do combustível tem sido atirado ao fogo por Washington”.

Papiro