Partido pós-fascista vence eleição na Itália
Pela primeira vez desde 1945, a Itália será governada por uma liderança pós-fascista. Com cerca de 97% das urnas apuradas, a extrema-direita sai vitoriosa das eleições realizadas no país neste domingo (25) e deverá ter também a primeira mulher a ocupar o posto, Giorgia Meloni, de 45 anos.
Uma vez oficializado o resultado, a chapa de ultradireita — que teve cerca de 44% dos votos e é formada pelos partidos Irmãos da Itália, de Giorgia Meloni; Liga, de Matteo Salvini, e Força Itália, de Silvio Berlusconi — deverá escolher Meloni como chefe de governo, conforme acordo entre as legendas. O Irmãos da Itália teve cerca de 26% dos votos. A coalizão conquistou ainda a maioria na Câmara dos Deputados e do Senado.
Com 45 anos, Meloni será a primeira mulher a chegar ao poder no país, mas também a primeira liderança de ultradireita a ocupar essa posição desde o ditador Benito Mussolini. Ela se identifica com a bandeira “Deus, pátria e família” e tem defendido, entre outras posições, o corte de impostos, o bloqueio aos imigrantes que chegam ao país pelo Mediterrâneo e uma política de aumento da natalidade. Também tem dito que lutará contra grupos LGBTQIA+ e as “teorias de gênero”, além de se mostrar avessa à União Europeia.
A chapa de centro-esquerda, liderada pelo Partido Democrático, teve cerca de 26% dos votos, ocupando a segunda colocação. Em terceiro vem o Movimento Cinco Estrelas (MS5), com 15%. Em quarto, aparece a Liga, com 8,85%, seguido da Força Itália. A taxa de abstenção de 36% também foi inédita no país.
A eleição, que aconteceria no início de 2023, foi antecipada em função da saída do primeiro-ministro Mario Draghi, que renunciou em julho após perder apoio de três partidos que lhe davam sustentação: MS5, Liga e Força Itália. O novo governo da Itália deverá tomar posse no final de outubro.