Papa Francisco defende trabalhadoras que engravidam contra demissões
Nesta segunda-feira (12), durante encontro com empresários no Vaticano, o papa Francisco alertou para a importância de se respeitar os direitos das trabalhadoras que engravidaram contra demissões. Em audiência com representantes da Confederação das Indústrias Italianas, o pontífice também defendeu que haja maior igualdade salarial para a classe trabalhadora.
“Sobre o assunto da natalidade, às vezes, acontece que uma mulher que está empregada aqui ou que trabalha ali tem medo de engravidar. Isso é uma realidade, não digo que acontece com vocês, mas é uma realidade: assim que começa a aparecer a barriga, ela é demitida. ‘Não, você não pode ficar grávida’. Por favor, isso é um problema para as mulheres trabalhadoras”, disse o papa, segundo a agência Ansa.
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No caso do Brasil, a Constituição garante à gestante estabilidade a partir do momento da confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Porém, nem sempre isso é devidamente cumprido. E a situação das mulheres é ainda pior em contratos de trabalhos precários ou terceirizados. Vale destacar que as mulheres ganham 20% menos do que os homens no Brasil. E, conforme apontou o IBGE, a PNAD Contínua Trimestral, divulgada no começo de agosto, mostra que a taxa de desocupação das mulheres (11,6%) ficou acima da média nacional (9,3%).
O papa Francisco disse, ainda que “criar trabalho gera uma certa igualdade nas vossas empresas e na sociedade. É verdade que nas empresas existe a hierarquia, é verdade que existem funções e salários diferentes, mas os salários não devem ser muito diferentes”.
Hoje, acrescentou, “a parcela do valor que vai para o trabalho é muito pequena, sobretudo se compararmos com aquela que vai para as rendas financeiras e para os salários dos gerentes. Se a diferença entre os salários mais altos e mais baixos fica muito grande, adoece a comunidade empresarial e logo adoece a empresa”.