O alemão Stefan Schaller elogiou o processo de consulta à população (Imagem de vídeo da Agência Sputnik)

Em conflito desde 2014 contra a política genocida do governo ucraniano, as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk no Donbass e as regiões de Kherson e Zaporozhie ao sul começaram um referendo para decidir se irão ou não integrar-se com a Rússia. Foram as assembleias locais que aprovaram a realização imediata da consulta.

“É muito transparente e muito bem organizado, tanto quanto é possível neste curto espaço de tempo”, afirmou o observador da Alemanha, Stefan Schaller, gerente da empresa Energie Waldeck-Frankenberg GmbH, testemunhando o êxito do processo eleitoral – iniciado na última sexta-feira (23) e que vai até a próxima terça-feira (27).

Acompanhando o processo na cidade de Melitopol, na região de Zaporozhie, Schaller ressaltou que irá compartilhar sua experiência com os meios de comunicação para que informem sobre o que está realmente acontecendo. “Terei contato com alguns jornais e direi a eles que estive aqui. Sempre faço [coletivas] com a imprensa”, declarou.

Conforme o portal russo RIA Novosti, 55% dos eleitores já depositaram seu voto na República Popular de Donetsk, 45,86% em Lugansk, 35,54% em Zaporozhie e 31,79% em Kherson.

Questionado sobre o impacto dos bombardeios e atentados das tropas de Zelensky contra as cidades e a população civil, Schaller disse que “é claro que há influência e que isso acontece”. Em relação às possíveis sanções da União Europeia (UE) contra a sua participação como observador do referendo, afirmou que já é “um homem velho” e que não teme sanções.

Segundo Vanessa Martina Silva, da ComunicaSul, cerca de 200 observadores internacionais estão na Rússia para acompanhar o processo, entre eles intelectuais, jornalistas, diplomatas e outros profissionais da América Latina, África, Europa e Ásia. Além dos centros de refugiados, os observadores também vão visitar locais de votação em Lugansk, Donetsk e Zaporozhie. Também está prevista uma visita à usina nuclear desta cidade.

Vanessa assinalou que “por mais que a mídia ocidental tente pintar um cenário de caos, a vida segue normalmente”. Em Sharti, na região de Rostov do Dom, ela e a brasileira Gabriela Beraldo disseram ter “visto crianças frequentando normalmente um centro esportivo para praticar boxe e jiu-jitsu, entre outras atividades e que na cidade vizinha de Novocherkassk, cristãos ortodoxos participavam, calmamente, de uma missa na catedral da cidade”. “A quantidade de carros nas ruas e de pessoas passeando em alamedas, inclusive com bebês, passa uma sensação de normalidade”, informou.

De acordo com os representantes das repúblicas e regiões libertadas, a adesão à Rússia protegerá os seus territórios e restaurará a justiça histórica. A decisão se faz ainda mais necessária, destacaram, diante dos constantes ataques do governo ucraniano, patrocinado pelos Estados Unidos e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que abastecem com bilhões em armas os terroristas, contribuindo para o assassinato da população civil.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, comprometeu-se na quarta-feira (21) a apoiar a decisão tomada pelos habitantes de Donbass e das regiões de Zaporozhie e Kherson.

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