Lula recebe apoio de Eduardo Paes na quadra da Portela
A quadra da escola de samba Portela, em Madureira, será palco da próxima agenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Rio de Janeiro. Com campanha em alta entre os eleitores fluminenses, Lula receberá o apoio do prefeito carioca, Eduardo Paes (PSD).
Embora sejam aliados de candidatos diferentes na disputa ao governo estadual, os dois políticos vão renovar uma parceria que vem desde 2008, ano em que Paes, com o apoio de Lula, venceu pela primeira vez a eleição à Prefeitura do Rio. É esperada também a presença de André Ceciliano (PT), candidato ao Senado.
A campanha de Lula chegou a articular a realização de um comício no mesmo dia, nos Arcos da Lapa, ao lado do candidato a governador Marcelo Freixo (PSB). Mas a atividade foi descartada. “Devemos fazer algum evento com o Freixo no Rio”, afirmou a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann. “Não vai dar para ser um comício porque teria que ser no final do dia e ele (Lula) tem que voltar para cá (São Paulo).”
No Rio, Lula tam,bém recebeu a adesão de históricos brizolistas. Na quarta-feira (22), cerca de cem lideranças do Rio que eram aliadas ou simpatizantes do fundador e líder histórico do PDT, Leonel Brizola, manifestaram apoio a Lula em evento no Sindicato dos Engenheiros. Ex-governador gaúcho e fluminense, Brizola faleceu em 2004, aos 82 anos.
O PDT lançou a candidatura de Ciro Gomes a presidente, mas figuras históricas do partido se negam a apoiá-lo. O encontro desses políticos e de outros “brizolistas” reforçou a tendência do “voto útil” em Lula – alterativa que pode decretar a derrota do presidente Jair Bolsonaro já no primeiro turno. Conforme o registro da reunião feito pelo Estadão, houve críticas duras à postura belicista de Ciro.
O vereador Brizola Neto, neto do ex-governador e candidato a deputado federal pelo PT, deixou claro que o brizolismo vai marchar com Lula. “Em momentos cruciais da história, Brizola sabia que precisava apoiar quem tinha compromisso com o povo e mais chance de vencer. Foi assim em 1989, em 1994, em 2002”, afirmou. “Vamos eleger Lula no primeiro turno.”
Também na quarta-feira, dirigentes e militantes do PDT lançam um manifesto contra a candidatura de Ciro e em defesa do voto em Lula. Batizado de “Trabalhistas pela Democracia – O Voto Necessário”, o manifesto acusa Ciro de ter adotado “um tom mais iracundo contra a base” de Lula.
“Nós, que apoiamos Ciro entre 2016 e 2019, clamamos a aqueles que possuem a mesma visão a não vacilarem, apoiando a única candidatura capaz de derrotar o bolsonarismo já no primeiro turno”, indica o texto. “É uma necessidade histórica, algo que, mais uma vez, lamentamos ver Ciro Gomes, uma figura ímpar para pensar o desenho institucional do país, ser incapaz de enxergar essa quadra da história. Diante disso, convocamos militantes trabalhistas e dissidentes a apoiarem o ex-presidente Lula no primeiro turno.”