O descaso do governo Bolsonaro com a saúde dos que mais precisam está impedindo o acesso de milhões de brasileiros aos medicamentos nas farmácias populares.

Segundo levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgado pelo Jornal Nacional no sábado (23), seis em cada dez cidades enfrentam a falta de remédios na Farmácia Popular, onde remédios saem de graça e têm desconto de até 90%, beneficiando as pessoas que sofrem de doenças crônicas, como asma, hipertensão e diabetes.

Um programa que traz alívio para o consumidor, particularmente após o aumento no preço dos remédios autorizado por Bolsonaro este ano de quase 11%, acima da inflação do ano anterior. Sem falar na carestia nos preços dos alimentos, do desemprego elevado e na renda em queda.

Segundo a entidade, desde o início do ano vem recebendo reclamações sobre a falta dos medicamentos e ouviu cerca de 60% das prefeituras no país que relataram a falta dos remédios, sendo que a região onde a situação é mais grave é no Nordeste. Entre os medicamentos que mais faltam estão os antibióticos.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, a alegação de carência de insumos, ou por “resquício da pandemia ou por guerra na Ucrânia”, “não pode servir de justificativa para toda a omissão da área pública em ter a solução do problema”. “A verdade é que isso é gravíssimo, agora já se tornou praticamente crônica a falta de remédios”, disse Ziulkoski ao JN.

Como se não bastasse negar a vacina durante a pandemia que ceifou a vida de cerca de 600 mil brasileiros, Bolsonaro quer acabar com o programa Farmácia Popular. Dos R$ 2,04 bilhões do orçamento destinados ao programa neste ano de 2022, as verbas destinadas para o ano de 2023 cairão para R$ 804 milhões, um corte de R$ 1,2 bilhão no programa que atende mais de 21 milhões de brasileiros com medicamentos gratuitos.

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