Jens Hildebrandt, da Câmara de Comércio da Alemanha: “restrições à China seriam desastre para empresas alemãs” (TableChina)

Grupos empresariais da Alemanha alertaram para o potencial impacto para o país, já à beira da recessão, de decisões previstas pelo Ministério de Economia de uma série de medidas para tornar os negócios com a China menos atraentes.

Apesar do pretexto do governo alemão de que o objetivo é reduzir a dependência da maior economia da Europa à superpotência em ascensão na Ásia, o que se sabe é que parte de Washington um conjunto de sanções e provocações diplomáticas, políticas e mesmo militares contra o país que se está se tornando a maior economia mundial com apoio em um regime socialista que coloca no centro a planificação, o desenvolvimento tecnológico e científico.

As medidas em exame incluem a redução ou até a eliminação de garantias de investimento e exportação para a China e o corte no apoio a feiras comerciais e treinamento de gerentes em Berlim, disseram fontes familiarizadas com o assunto à Agência Reuters.

“Neste momento, uma saída de nosso maior parceiro comercial seria mais um duro golpe para nossa economia orientada para as exportações”, disse Volker Treier, especialista em comércio das Câmaras de Indústria e Comércio Alemãs.

O mercado chinês é de suma importância para muitas empresas alemãs, que não poderiam parar de investir, disse Jens Hildebrandt, diretor executivo e membro do conselho da Câmara de Comércio Alemã na China.

“Portanto, a perda desse comércio aumentaria a exposição ao risco das empresas em um ambiente cada vez mais volátil”, disse ele. “As empresas alemãs seriam penduradas para secar”, constatou, sublinhando que as empresas lutam com os preços crescentes da energia, escassez de mão de obra e problemas na cadeia de suprimentos.

Somaram-se assim à declaração da China que denunciou esses planos como “extremamente absurdos”.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que, se essas informações estiverem corretas, as medidas “não fazem sentido”, pois prejudicariam os próprios interesses econômicos da Alemanha.

O dirigente chinês assinalou que: “Esperamos que a Alemanha adote uma política racional e prática em relação à China e apoie uma maior abertura bidirecional para injetar energia positiva na cooperação mutuamente benéfica de alto nível entre os dois países e ajudar a construir um mundo aberto, em vez de dar um tiro no próprio pé”.

A Agência Reuters também informou que Berlim estava considerando apresentar uma queixa à Organização Mundial do Comércio sobre supostas práticas comerciais chinesas injustas, no que prevê ter apoio dos integrantes do G7.

“Se a Alemanha apresentar a chamada queixa, a China defenderá seus direitos e interesses legais sob a estrutura da OMC”, disse Mao Ning.

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