Monumento de Saur-Mogila agora restaurado. (MRE russo)

O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou a restauração recém concluída de Saur-Mogila, um monumento à libertação soviética do Donbass da Alemanha nazista em 1943. O memorial tinha sido danificado por bombardeios ucranianos durante as batalhas de 2014 contra as tropas da República Popular de Donetsk.

“É gratificante saber que este majestoso complexo foi restaurado com o maior cuidado”, assinalou Putin em mensagem de vídeo gravada no Kremlin, observando que seu obelisco e baixo-relevo originais foram complementados com uma adição comemorativa da “geração moderna de heróis”.

“Nossos corações sangram quando vemos que alguns países demolem monumentos aos soldados soviéticos que deram suas vidas a serviço da liberdade de seu povo, zombam da história e decepcionam cinicamente seus próprios pais, avôs e bisavós. Para a Rússia, isso é impensável”, afirmou.

Putin acrescentou que Saur-Mogila é um “terreno sagrado” para a Rússia, no mesmo nível que a Serra de Sapun, nos arredores de Sebastopol, e o monumento aos defensores de Stalingrado em Mamayev Kurgan, lugares onde ocorreram episódios decisivos na derrota do fascismo.

“O monumento reconstruído aos defensores do Donbass, a coragem de nossos soldados, oficiais e voluntários é uma advertência a todos os que renunciaram a seus ancestrais e esqueceram as lições da história”, concluiu o presidente russo.

A colina de Saur-Mogila atinge uma altura dominante na cordilheira de Donets, elevando-se para quase 300 metros acima do nível do mar. As tropas soviéticas destruíram lá as fortificações alemãs em agosto de 1943, quando uma batalha de tanques se desenvolvia perto de Kursk, no norte. A cidade de Donetsk – então conhecida como Stalino – foi libertada em 8 de setembro. O monumento construído em 1963 pelo arquiteto ucraniano Anatoly Ignashchenko comemorou o 20º aniversário da libertação de Saur Mogyla durante a Segunda Guerra.

Todo o memorial foi fortemente danificado em agosto de 2014, durante as semanas de combates entre a “expedição punitiva” ucraniana e as tropas da República Popular de Donetsk. A RPD e a vizinha Lugansk (LPR) declararam independência da Ucrânia após um golpe apoiado pelos EUA em Kiev e a instalação de um governo que incluía neonazistas.

O obelisco desabou, mas a colina permaneceu nas mãos da RPD. Dez dias depois, a rendição das tropas ucranianas cercadas na vizinha Ilovaisk resultou no primeiro cessar-fogo de Minsk, já fruto do acordo assinado pela Ucrânia, a Rússia, a LPR e a DPR, em 2014, para pôr fim aos conflitos armados no leste da Ucrânia, assinado na capital da Bielorrússia, e que está sendo violado agora pelas tropas do governo da Ucrânia.

Em 4 de setembro de 2022, a República Popular de Donetsk anunciou a conclusão das obras de restauração do complexo com reabertura oficial para ocorrer em 8 de setembro.

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