Comer fruta está até 29,6% mais caro na refeição do trabalhador
O preço dos alimentos tem impedido os brasileiros de incluir frutas nas refeições. Uma pesquisa da Ticket, empresa que trabalha com vales refeição e alimentação, apurou que o preço médio da fruta que compõe uma refeição completa – comida, bebida, sobremesa e cafezinho – na hora do almoço em restaurantes aumentou 29,6% desde 2019. Há três anos, período anterior à pandemia, o item custava R$ 7,68, saltando para R$ 9,96 em 2022.
“Esses dados mostram que a opção por uma alimentação mais saudável acaba pesando um pouco mais no bolso do consumidor brasileiro. Dos grupos de alimentos estudados pela Ticket, as frutas foram as menos consumidas nos últimos seis meses, além de serem um dos itens saudáveis menos ofertados, em apenas 33% dos estabelecimentos”, comenta Felipe Gomes, Diretor-Geral da Ticket, em reportagem do Correio Braziliense.
Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação do país, em agosto os preços dos alimentos continuaram subindo. Entre as maiores altas no acumulado de 12 meses estão, por exemplo: Mamão (81,83%), Melão (79,34%), Melancia (61,88%), Manga (47,05%), Tangerina (41,56%), Maçã (32,1%), Banana prata (31,07%) e Morango (30,64%).
De acordo com o representante da Ticket, “a pesquisa traz um direcionamento importante para que as empresas avaliem o valor dos benefícios de alimentação e refeição que concedem aos colaboradores, para que eles possam ter acesso a frutas e a outros alimentos que compõem uma alimentação saudável. Um valor abaixo da média necessária pode precarizar as refeições e a saúde do trabalhador”.
Embora o Brasil seja o terceiro maior produtor de frutas, legumes e verduras do mundo, com 2,5 milhões de hectares cultivados, a população é impedida de consumir com os preços proibitivos. O consumo per capita de frutas, legumes e verduras no Brasil voltou a patamares que ficam muito aquém do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), registrando, em 2022, 192 gramas por dia – menos da metade dos 400 gramas recomendada para uma alimentação plena e saudável.
Com desemprego elevado e a renda apertada, os preços nas alturas são também responsáveis pelo aumento da fome no país. Dados da Rede Penssam apontam que sob o atual governo, 33 milhões de pessoas passam fome no Brasil.
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