Bolsonaro foge de questão sobre resultado das eleições; Lula defende legado de combate ao desemprego
O quarto bloco do debate dos presidenciáveis, realizado pela TV Globo na noite desta quinta-feira (30), teve início com Jair Bolsonaro (PL) tergiversando de questionamento, feito por Soraya Thronicke (União Brasil), sobre se ele aceitará o resultado das eleições ou se pretende dar um golpe; o presidente também não respondeu se tomou vacina contra a Covid. Para fugir das questões, Bolsonaro acusou a candidata de lhe pedir cargos.
Em sua primeira aparição nesse penúltimo bloco, questionado por Simone Tebet (MDB) sobre gastos públicos, Lula (PT) declarou: “Em 2002, peguei o país com 12% de inflação e 12% de desemprego, com dívida no FMI, com dívida pública de 60,5%. Reduzimos a dívida pública para 37,7%, reduzimos a inflação para 4,5%, reduzimos os desemprego, geramos 22 milhões de empregos e começamos a fazer uma reserva que nunca antes na história do Brasil tinha sido feita e deixamos o país com um colchão extraordinário”. Ele também lembrou investimentos no PAC e no BNDES.
Em outra “troca de passes” entre Bolsonaro e Padre Kelmon (PTB), o presidente falou sobre a cultura, criticando novamente a Lei Rouanet e elogiando as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc como se fossem ações de seu governo — lembrando que Bolsonaro vetou as leis, veto este derrubado posteriormente pelo Congresso.
Frente a frente com Ciro Gomes (PDT), Lula falou sobre a preservação ambiental e o uso adequado das riquezas florestais. “Ainda não aprendemos que a grande riqueza na Amazônia pode ser a gente conhecer a sua biodiversidade e a partir dali extrair coisas para a indústria de fármacos, de cosméticos”, apontou.
Lula falou ainda sobre a irresponsabilidade da ocupação desordenada dos biomas. “Não é necessário invadir um quilômetro de terra na Amazônia para plantar qualquer coisa porque temos no Brasil 30 milhões de áreas degradadas que podem ser recuperados para produzir o quanto de soja precisar”, disse. Lula também defendeu o combate ao garimpo ilegal, além de reafirmar que criará o Ministério dos Povos Originários.