Argentinos tomam as ruas em defesa de Cristina Kirchner e da democracia
Como forma de mostrar solidariedade à vice-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, e repudiar o atentado sofrido por ela na noite de quinta-feira (1º), milhares de pessoas foram às ruas em manifestações pelo país nesta sexta-feira (2). A principal delas é a marcha à Plaza de Mayo, em Buenos Aires. Integrantes do governo — que decretou feriado no país em razão do ocorrido — também se juntaram aos cidadãos e militantes no protesto.
A marcha foi convocada por partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais e organizações de direitos humanos, que começaram a se reunir nas principais cidades do país a partir do meio-dia.
Dentre os presentes em Buenos Aires estava a presidenta da Associação Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini. Segundo o site Página 12, ela declarou que “Cristina é a pátria e a pátria está agredida e em perigo. Ela é a única mulher capaz de defende-la como a defendeu e por isso a quiseram matar e o povo reagiu”.
Alguns dos cartazes carregados por manifestantes diziam “Sempre com Cristina”, “Nunca Mais”, “Eles são os responsáveis pelo ódio que geram”, “A democracia é nossa e deve ser defendida”, “Somos todos Cristina, defendemos a democracia” e “Aqui ninguém se rende”.
Famílias inteiras, acompanhadas de crianças, participam do ato. “Viemos defender Cristina e a democracia”, disse Licia Ríos, arquiteta, que participava com sua filha, conforme relatou a Folha de S. Paulo. Eugenia Daneri, que a acompanhava, atribuiu a “dirigentes de direita a promoção da retórica de violência política que, na sua opinião, desembocou no atentado”, escreveu o jornal.
As manifestações são uma reação ao atentado sofrido por Cristina Kirchner quando ela chegava em sua casa no bairro Recoleta, por volta das 21h desta quinta-feira (1º). Ela cumprimentava apoiadores que estavam em seu entorno quando um homem se aproximou e apontou uma arma na direção do rosto de Cristina e disparou. No entanto, o revólver não funcionou.
O homem foi identificado pelas autoridades locais como o brasileiro e motorista de aplicativo Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos, nascido em São Paulo e residente na Argentina desde os anos 1990, filho de mãe argentina e pai chileno. Em 2021, ele chegou a ser advertido por porte ilegal de arma — uma faca de 35 centímetros — perto de onde mora, em Buenos Aires.