Centro de Buenos Aires lotado no ato de solidariedade a Cristina (Télam)

Milhares de manifestantes de organizações políticas, sindicais e sociais se reúnem desde o meio-dia na Avenida de Mayo e 9 de Julio, no centro de Buenos Aires, em “defesa da democracia” e em repúdio ao ataque sofrido pela vice-presidente Cristina Kirchner, que escapou de um atentado contra sua vida na noite passada.

O presidente Alberto Fernández decretou feriado nacional para liberar as manifestações de apoio da Cristina, já convocadas desde a noite desta quinta-feira.

Conforme informado pela Presidência, os membros do gabinete nacional – que se reuniram pela manhã também participarão da marcha que deve concluir enfrente da Casa Rosada, sede do Governo.

Entre as organizações presentes desde o meio dia, além da coalizão política governante na Argentina, Frente de Todos,estão a Confederação Geral do Trabalho (CGT), a Central de Trabalhadores Argentinos (CTA), a Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE), a União dos Trabalhadores da Economia Popular (UTEP), La Cámpora, Movimento Evita, Barrios de Pie, CTA Autônoma, Movimento La Dignidad, Partido Solidário, Nuevo Encuentro, Partido Comunista, Frente Popular Darío Santillán (FPDS), Federação da Terra e Habitação (FTV) e Frente Transversal.

A CGT se solidarizou com a vice-presidente e pediu mobilização “em defesa da democracia e repúdio a qualquer agressão e violência”. Da mesma forma, a maior central sindical do país se declarou em alerta permanente e convocou uma reunião do Conselho de Administração na segunda-feira (5), para analisar a situação, informou o dirigente Héctor Daer.

Em Mar del Plata, organizações políticas, sindicais e não governamentais se reuniram cedo no Monumento a San Martín, de onde marcharam pelo centro da cidade litorânea.

Na província de San Juan, a mobilização foi realizada na Praça 25 de Mayo e contou com a presença de milhares de pessoas lideradas pelo deputado e líder do Partido Justicialista, José Luis Gioja.

Durante a tarde e a noite se esperam mais manifestações em várias regiões do país.

CONDENAÇÕES AO ATENTADO NO MUNDO INTEIRO

Presidentes, líderes, organizações e movimentos sociais de todo o mundo se pronunciaram para condenar o ataque contra a vice-presidente da Argentina. A agressão ocorreu no momento em que ela saudava os militantes que permanecem em vigília em frente à sua casa no bairro da Recoleta em Buenos Aires.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou hoje a tentativa de assassinato e afirmou estar “chocado” com o fato.

“O secretário-geral ficou chocado com esta notícia. Ele condena esta violência e expressa sua solidariedade à vice-presidente, ao governo e ao povo da Argentina”, disse seu porta-voz Eri Kaneko durante uma entrevista coletiva.

O Papa Francisco se comunicou por telefone com Cristina para expressar sua solidariedade após o ataque. Mais cedo, ele havia enviado um telegrama em apoio.

“Tendo recebido a preocupante notícia do atentado que Vossa Excelência sofreu ontem ànoite, desejo expressar minha solidariedade e proximidade neste momento delicado”, diz a carta do papa argentino, acrescentando: “Rezo para que na querida Argentina prevaleçam sempre a harmonia social e o respeito pelos valores democráticos, contra todo tipo de violência e agressão”.

O Alto Representante para a Política Externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, expressou sua “firme condenação pela tentativa de assassinato da vice-presidente Cristina Kirchner” e chamou todos a “combaterem o ódio”.

“Todo o apoio da UE ao povo argentino para combater o ódio e a violência, que não têm lugar em nossas sociedades democráticas”, acrescentou em sua conta no Twitter o espanhol que chefia a diplomacia do bloco.

AMÉRICA LATINA SOLIDÁRIA COM CRISTINA

Os presidentes Luis Arce (Bolivia), Miguel Díaz-Canel (Cuba), Gabriel Boric (Chile), Guillermo Lasso (Equador), Gustavo Petro (Colômbia), Pedro Castillo (Perú); os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Evo Morales, Rafael Correa, entre outros declararam seu repúdio ao atentado e a solidariedade com Cristina e o povo argentino.

Bolsonaro se destacou por não manifestou nenhuma solidariedade.

O presidente boliviano, Luis Arce, condenou o incidente e enviou “todo nosso apoio a ela, sua família, o governo argentino e o povo. Repudiamos enfaticamente o atentado contra a vida da irmã Cristina, vice-presidente da Argentina.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, juntou-se às mensagens de solidariedade e afirmou que “a tentativa de assassinato da vice-presidente da Argentina merece o repúdio e a condenação de todo o continente. Minha solidariedade a ela. O caminho será sempre o debate de ideias e o diálogo, nunca as armas ou a violência”.

O Primeiro Secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e Presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, também deu a conhecer, no Twitter, sua consternação com o evento e expressou sua solidariedade à Vice-Presidente, ao Governo e com o povo argentino.

O líder da Revolução Cubana, general do Exército Raúl Castro Ruz, enviou na quinta-feira uma mensagem de apoio. «Prezada Cristina: envio-lhe toda a nossa solidariedade e apoio face ao vil atentado à sua vida, com a satisfação de ter sobrevivido a este ato condenável. Com os maiores votos de que você esteja bem, eu a abraço, Raúl Castro Ruz”, escreveu o general do Exército em sua carta.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, rejeitou o ocorrido e acusou o sectarismo e o fascismo de promover a violência na política latino-americana.

“O ataque a Cristina na Argentina é fruto de um sectarismo que se transforma em violência. Tornou-se uma prática de alguns na América pensar que a política é a eliminação física ou legal do adversário, tal prática é puro fascismo. A política deve ser liberdade”, afirmou o presidente na rede social Twitter.

O Governo do México expressou sua preocupação pelos acontecimentos ocorridos em Buenos Aires, ao mesmo tempo em que declarou sua solidariedade com Cristina.

Por sua vez, o presidente venezuelano Nicolás Maduro repudiou veementemente “esta ação que busca desestabilizar a paz do povo irmão argentino. A grande pátria está com você, companheira.

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, também repudiou a tentativa de assassinato do vice-presidente. “Somos solidários com a República Argentina diante da tentativa de assassinato sofrida por seu vice-presidente. Unimos todas as vozes que repudiam a violência e exigem justiça”, disse.

Papiro