Os presidentes Fernández e Xi debateram a questão no encontro de fevereiro em Pequim (twitter)

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, enviou uma carta ao presidente da China, Xi Jinping, solicitando formalmente o ingresso de seu país ao grupo BRICS (que neste momento reúne China, Rússia, Brasil, Índia e África do Sul e é presidido rotativamente pelo presidente chinês).

O embaixador argentino na China, Sabino Vaca Narvaja, anunciou na quarta-feira que, durante a semana passada, enviou a carta formalizando o pedido.

“Para nós, este grupo é uma excelente alternative de cooperação em face de uma ordem mundial que se comprovou criada por e em benefício de uns poucos”, já havia declarado o representante argentino no fórum do BRICS realizado em maio na cidade chinesa de Xiamen.

O embaixador argentine destacou que se trata de “uma oportunidade histórica” e que a entrada da Argentina no bloco aponta para uma verdadeira estratégia comum entre países parceiros no sentido de enfrentar o cenário global complexo.

As palavras do embaixador argentino, assim como a carta enviada por Fernández são mais um sinal claro de que a Argentina se nega a embarcar no jogo de Washington que tem procurado exacerbar as tensões com a Rússia e a China e arrebanhar mais países para esta posição conflitiva que busca sustar de forma truculenta e hostil a tendência que se mostra inevitável do fim da posição hegemônica norte-americana no planeta.

A Argentina tem reiterado sua posição de busca de independência através do apoio a um mundo multipolar e crítica com relação à lógica de Guerra Fria que a Casa Branca tem buscado insistentemente reeditar.

Durante o mês de fevereiro, o presidente argentino viajou a Moscou e Pequim, realizando encontros onde advogou uma aproximação política e econômica com os dois países. Fernández também assinou a adesão da Argentina ao projeto chinês da Rota da Seda, um plano mundial de investimentos chineses em infraestrutura e industrialização.

Papiro