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Em conversa com empresários da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviço (Unecs), na terça-feira (30), Bolsonaro disse que vai “evitar concursos públicos” no país, caso seja reeleito, segundo ele, para proteger os servidores da ativa.

Além de não conceder reajuste salarial aos servidores durante todo o seu governo, Bolsonaro agora também se nega explicitamente a atender a uma das principais reivindicações dos servidores públicos, que é a volta dos concursos públicos.

Para as entidades representativas do funcionalismo, ao contrário do que afirma Bolsonaro, que “a máquina pública está inchada”, a restrição aos concursos, adotada desde o início do seu governo, tem causado sérios prejuízos aos servidores, que não conseguem dar conta do trabalho por falta de mão de obra e, principalmente, à população brasileira, já que é ela a principal atingida pelo desmonte dos órgãos públicos.

Falta de concursos públicos representa menos servidores para atender serviços essenciais à população, como saúde e segurança. Outra área que sofre com o déficit de servidores é a do INSS, onde a fila de espera para que o cidadão obtenha seu direito pode chegar a até um ano.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para pessoas com deficiência, por exemplo, é a modalidade mais demorada, levando, em média, 332 dias, ou seja, quase 11 meses. Casos como aposentadoria por tempo de contribuição levam mais de seis meses.

Para Bolsonaro, a decisão seria, no entanto, “para proteger os atuais servidores que estão aí”. “Eu sei que os jovens ficam chateados, querem um concurso, mas a máquina está no seu limite. Vai chegar num ponto em que não vai ter dinheiro para mais ninguém”, disse Bolsonaro.

Na verdade, o que chegou ao seu limite, conforme afirmam todas as entidades do funcionalismo público, é a demanda por servidores, já que, atualmente, o número de funcionários é insuficiente para manter o funcionamento da maioria dos órgãos e o atendimento à população.

Na mesma ocasião, Bolsonaro tentou dar mais uma enrolada nos servidores em relação ao reajuste salarial, como vem fazendo ao longo do seu governo, e prometeu, mais uma vez, que se reeleito pretende dar reajuste aos servidores, mas sem propor qualquer índice concreto.

“Vai ter que dar reajuste para servidor. [Já estão há] Três anos sem reajuste. Passaram por anos difíceis. O não concurso público, aposentadoria e outras coisas. A gente encaixa aí”, disse o presidente.

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