Foto: Mauro Pimentel/AFP

Circulam em grupos bolsonaristas no Telegram e no WhatsApp mensagens que espalham planos falsos de tentativa de assassinato de Jair Bolsonaro (PL) e de cassação da chapa à reeleição e convocam o presidente da República e as Forças Armadas a reagirem com “o pé na porta” no 7 de Setembro à suposta tentativa de “fraude eleitoral” e à atuação do STF (Supremo Tribunal Federal). O conteúdo das mensagens foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Na iminência da derrota, o bolsonarismo rufa os “tambores de guerra”. Estão apostando no pânico da população para tentar virar o jogo. Diante dos fatos pretéritos é possível apostar que terão mais um revés. Mas esse vai ser definitivo, a menos de 1 mês das eleições de outubro.

Os conteúdos ganharam tom de ultimato e de chamamento para “guerra”. Como mostrou o Estadão, o alerta de que este 7 de Setembro vai ser a “segunda independência” do Brasil também aparece em outdoors em Brasília.

Mensagens identificadas pela reportagem se referem ao Dia da Independência como “bomba atômica”. “Preparem-se para a guerra!”, escreveu usuário num grupo bolsonarista com 32 mil pessoas no Telegram. “Nesta guerra do bem contra o mal, o bem vence”, publicou usuária em outro grupo, com mais de 60 mil membros na mesma rede.

Segundo o Monitor de WhatsApp e de Telegram da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), que inspecionou as atividades de grupos de apoiadores do presidente nas duas plataformas entre 1º de junho e agosto, alguns desses conteúdos ainda dizem que a data vai ser “a última oportunidade de colocar o País no eixo”.

Para o coordenador do monitor e professor do Departamento de Ciência de Computação da UFMG, Fabrício Benevenuto, bolsonaristas usam os aplicativos na disseminação de mensagens e adotam tom alarmista para gerar “apelo” e atrair as pessoas. “As principais motivações para o 7 de Setembro envolvem algum tipo de radicalismo, e o que estamos vendo nesses grupos é isso. Tem de tudo: de fake news a narrativas que estão tentando construir”, afirmou.

A mensagem mais compartilhada no WhatsApp em grupos bolsonaristas, segundo o relatório, informa que pesquisas internas mostram que Bolsonaro venceria a eleição e, por isso, o PT reagiria. Para impedir que isso ocorra, convocam para os atos. “O futuro dos nossos filhos e famílias está nas nossas mãos”, está escrito no texto.

O material foi enviado 297 vezes por 257 diferentes usuários e apareceu em 173 grupos. Isso quer dizer que, apenas nesses grupos, a mensagem pode ter alcançado até 44 mil pessoas, que podem ter ainda compartilhado o texto para amigos, familiares e vizinhos.

A segunda mensagem com maior circulação é carta apócrifa atribuída a jornalista bolsonarista que diz que “desistirá” se o presidente não “colocar o Brasil no eixo” no dia 7. “Te dei autorização para você meter o pé na porta do STF, do Congresso e mais onde for preciso. Estou ratificando esta autorização dia 7 de Setembro”, encoraj8a o texto.

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