Tarcísio de Freitas diz que carta da USP foi “fim da picada”
O candidato bolsonarista ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, (Republicanos) manifestou seu desprezo pela democracia. Em sabatina organizada pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) nesta quarta-feira, Tarcísio disse que a Carta pela Democracia “é o fim da picada”.
“Acho o fim da picada haver pessoas assinando a carta se dizendo defensores da democracia no Brasil”, disse o ex-ministro bolsonarista, acusando os mais de 1 milhão de brasileiros que cartas em defesa da democracia e contra aos ataques ao sistema eleitoral promovidos por Jair Bolsonaro de defenderem “ditadura na Nicarágua, na Venezuela”. “[…] Então, não faz o menor sentido”, completou.
Para Freitas, a carta redigida por acadêmicos do curso de Direito da Universidade de São Paulo teriam caráter político-partidário, mesmo não nomeando diretamente nenhum dos envolvidos nestas eleições.
“Eu questiono o simbolismo daquele evento porque, para mim, tinha um cunho político-partidário. Para mim, (tinha) um cunho de oposição ao presidente que estava muito claro”, completou o candidato.
A posição do bolsonarista respalda o que tem dito o ex-capitão, que alega que, ao repudiarem no texto os seus ataques ao sistema eleitoral e as suas infundadas alegações de fraudes nas urnas, os signatários estariam demonstrando apoio ao ex-presidente Lula.
As cartas, ressalte-se, não fazem menções a qualquer partido ou candidato e são apoiadas por entidades historicamente identificadas com espectros ideológicos distintos, como as centrais sindicais e a Fiesp.
Além do desapreço pela democracia, o candidato do Republicanos também manifestou prepotência e arrogância, como é próprio do bolsonarismo, sobre o povo de São Paulo.
“Vai precisar de um cara de fora de São Paulo chegar aqui e fazer o metrô andar. Vai precisar de um cara de fora chegar aqui e levar a sério a questão de saneamento básico e da despoluição do Rio Tietê e do Pinheiros”.
“Eventualmente, você vai ter um cara de fora concluindo o Rodoanel (obra em andamento há anos em São Paulo)”, disse Tarcísio durante sabatina promovida pelo jornal O Globo.
Prosseguindo com a sua arrogância, Freitas disse que “não me parece que o paulista tenha preconceito de quem vem de fora”.
“O paulista não está interessado em saber de onde você veio, quer saber para onde nós vamos”, defendeu o candidato do Republicanos.
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