Pesquisa mostra influência de familiar na definição do voto para deputado
A opinião familiar é um dos principais requisitos considerados pelo eleitor na hora de decidir seu voto para deputado federal. Segundo levantamento feito pela Quaest Pesquisa e Consultoria, 49% do eleitorado adota essa posição. Desses, 22% disseram levar muito em conta a visão de parentes.
Outro dado trazido pela pesquisa é que 42% dos entrevistados consideram a opinião dos candidatos a presidente; 35%, a de colegas de trabalho e 25% consultam seus líderes religiosos, como padres e pastores, entre outros. Além disso, são levadas em conta opiniões de candidatos ao governo e de prefeitos, pela proximidade destes com as pautas que incidem sobre a vida do cidadão.
Os dados também mostraram que pessoas identificadas com o campo da direita tendem a dar mais importância à posição dos familiares do que os de esquerda.
Essa tendência à opinião familiar, em geral, tem relação com a falta de conhecimento e de intimidade de boa parte da população com a política e com o papel dos parlamentares em particular.
Não à toa, muitas campanhas investem na disseminação de informações eleitorais via grupos familiares de mensagem — em especial via Whats App —, que acabam também sendo terreno fértil para fake news. Os coordenadores da área de marketing costumam estimular a criação de grupos e subgrupos pelos quais as mensagem são repassadas por parentes e amigos, o que em geral conta mais do que quando recebidas por desconhecidos.
Os tipos de mensagem costumam considerar as fases inicial da campanha, quando os candidatos são apresentados; o da consolidação, quando as propostas são colocadas e perto do final, vem o pedido de voto propriamente dito, montando-se assim uma sequência lógica e crescente da relação do possível eleitor com o postulante ao cargo.
Nesse sentido, os últimos dias são cruciais, uma vez que o voto para o parlamento é muitas vezes decidido em cima da hora. Segundo a mesma pesquisa, feita em junho, 47% declararam que definem seu voto para deputado federal com um mês de antecedência; 12% a 15 dias da eleição e 36% disseram que só decidem de fato uma semana antes do pleito.
Segundo afirmou a cientista política da UERJ, Carolina de Paula, ao jornal O Estado de S. Paulo, o fato de as eleições parlamentares serem realizadas juntamente com a de presidente e governador contribui para que os eleitores tenham dificuldade para decidir sobre o voto para deputado. “Acredito que se tivéssemos eleições separadas, teríamos uma forma de votar um pouco mais cuidadosa. A atenção dos eleitores está focada no Executivo, principalmente o nacional. Como temos uma eleição presidencial, isso é natural”, declarou.