Solidariedade leva argentinos à frente da residência de Cristina no bairro Recoleta | Foto: Reprodução/Twitter

Apoiadores da vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner levaram sua solidariedade à frente de sua casa, superando barreira policial da infantaria de Buenos Aires e caminhões lança-água.

“Repudiamos esta manobra, que implica o banimento político da camarada Cristina, e que constitui uma afronta à Constituição e um golpe contra a nossa democracia. Permanecemos em estado de alerta”, afirmou a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras da Argentina (CTA), destacando que o processo é carente de razão e provas, além de violar as regras básicas do direito, inclusive por barrar a vice-presidente de apresentar defesa diante de acréscimos ao processo.

Conforme o descrito pelo jornal Página12, “eram dez da noite, a temperatura já havia baixado e muitos manifestantes estavam molhados devido à repressão dos jatos de água dos caminhões hidrantes, porém predominava a adrenalina de haver conseguido chegar até a casa de Cristina e da notícia de que a líder falaria”. Quinze minutos depois, entre cantos de “Cristina”, ela subiu ao cenário montado às pressas e denunciou: “Desde o dia que o judicial pediu doze anos de prisão por cada ano dos melhores doze anos que teve o povo argentino ocorreram manifestações de Norte a Sul do país. No entanto, o único lugar que ocorreram cenas foi aqui, na cidade de Buenos Aires e na porta da minha casa”.

“Quero dizer-lhes que ainda que vivesse mil anos não me alcançariam para lhes agradecer o amor, a solidariedade e a lealdade de todos vocês. Acreditem que a esta altura da minha vida não há nada mais importante que isso”, afirmou Cristina, frisando que a direita reacionária “odeia a alegria e o amor peronistas”. Agradecendo a dedicação da militância, a vice-presidente concluiu: “só lhes peço que não abandonemos nunca as nossas convicções, sobretudo este indestrutível amor à Pátria”.

“Expresso o meu mais enérgico repúdio à violência institucional desatada pelo governo da cidade frente à massiva manifestação de cidadãos e cidadãs expressando-se em liberdade e em democracia”, declarou o presidente Alberto Fernández, quem através das redes sociais denunciou que o operativo policial gerou “um clima de insegurança e intimidação”.

“Estamos em estado de alerta. Nos surpreende todo este aparato repressivo na porta da vice-presidente. É uma loucura, não se entende todo este aparato para uma manifestação de afeto do povo”, declarou o secretário de Direitos Humanos da Argentina, Horacio Petragalla, que pôde presenciar a presença desproporcional da infantaria.

A polícia ainda não havia começado a reprimir mas alguns elementos já estava filmando ilegalmente os manifestantes. “A ideia esa seguir nas praças para manter a chama acesa e aí veio o Larreta (governador da capital federal de Buenos Aires) e jogou gasolina no fogo”, sorriu o presidente do Partido Justicialista de Buenos Aires, Mariano Recalde, lembrando que o ato estava convocado inicialmente para o Parque Lezama. O crescimento da violência contra Cristina fez com que a multidão elevasse o tom e mudasse o rumo vitorioso da marcha.

Ingerência de senador dos EUA

O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Santiago Cafiero, denunciou na sexta-feira (26) que há uma “perseguição motivada por interesses ideológicos que nascem fora da Argentina”.

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