Região próxima a um dos tiroteios é isolada pela polícia do Arkansas (Finax)

A cidade de Little Rock, a maior do Arkansas, nos Estados Unidos, registrou 11 tiroteios em 26 horas. A maioria dos investidas aconteceu no domingo (14).

De acordo com informe policial, três pessoas morreram e outras nove ficaram feridas atingidas nos tiroteios. Em paralelo também foi registado, no mesmo domingo, um tiroteio que feriu três pessoas em um parque no Estado de Illinois.

Na região de Little Rock dois suspeitos foram presos.

“A indústria inundou nossos bairros, nossas escolas, até nossas igrejas e sinagogas com essas armas mortais. A violência armada é a principal causa de morte de crianças nos Estados Unidos. Claramente estamos em uma epidemia de saúde pública”, denunciou a deputada democrata Carolyn Maloney Maloney .

A essa denúncia é preciso acrescentar fatores que levaram ao que hoje é tratado como a “doença americana”. Ao exportar a violência para tentar dominar outros povos, sem respeitar fronteiras nem nacionalidades, é fomentada uma massiva traumatização pela violência exportada e que acaba voltando como um bumerangue que adoece e mata no interior da sociedade norte-americana.

Apenas no ano passado, as mortes por arma de fogo nos EUA totalizaram 19.411, 30% a mais do que cinco anos antes, em 2015, segundo estudo realizado pela organização Gun Violence Archive. Somente em 2014, ocorreram 269 eclosões de tiros, o que indica que este ano pode ser quebrado um recorde, já que foram documentados 416 tiroteios de 1º de janeiro a 14 de agosto de 2022.

Conforme a organização, a maioria destes eventos mórbidos – que deixaram inúmeros mortos e feridos – ocorreu no leste dos Estados Unidos, principalmente nos estados da Flórida, Geórgia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Alabama, Mississippi, Tennessee, Kentucky e Nova York.

Comprovando o caos, em 27 de julho, um relatório foi divulgado na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos sobre os valores embolsados pelas maiores empresas de armas norte-americanas: US 1.7 bilhão na última década. Afinal, como descreveram os parlamentares, no país, as armas são vendidas “como se fossem usadas para a guerra”.

A deputada Carolyn Maloney denunciou empresas como Ruger, Sturm & Co, Daniel Defense, Smith & Wesson, Bushmaster e Sig Sauer de utilizar práticas publicitárias “exploradoras e imprudentes”, com “táticas de marketing agressivas”, que tem como público-alvo principal homens jovens. Em vários casos, condenou, os anúncios incluem frases ou símbolos bíblicos referentes à supremacia branca.

O exemplo dos recursos explorados pela empresa Daniel Defense mostra o caráter fascista e segregacionista das campanhas visando elevar as vendas de armamentos a civis. Na publicidade, um atirador usa uma tatuagem de um símbolo conhecido como Valknot, reconhecido como um símbolo de ódio racista.

Papiro