Vidraças estilhaçadas no saguão do hotel atingido por mísseis ucranianos (CSM Times)

Bombas atiradas por forças ucranianas explodiram, nesta quinta-feira (4) em um hotel onde estavam hospedados jornalistas, atingindo mais de 10 pessoas e matando pelo menos cinco.

Coube à jornalista candadense Eva Bartlett denunciar mais este crime de guerra sob responsabilidade do regime de Kiev. “A última explosão destruiu o vidro do térreo do meu hotel, além de uma sala de estar – onde os jornalistas costumam se reunir antes e depois de sair para fazer reportagens de campo – e ainda o saguão. Cerca de um minuto antes, eu havia passado por lá”, contou a jornalista.

Bartlett ficou conhecida por suas coberturas das guerras na Síria e na Palestina, denunciando os crimes de guerra cometidos pelas tropas apoiadas pelos Estados Unidos.

Segundo ela, “o assistente de um cinegrafista, que estava lá no momento em que o prédio era atingido pelo quinto projétil, sofreu uma concussão com a força da explosão”.

“Uma mulher que caminhava do lado de fora do prédio foi morta, assim como pelo menos outras quatro pessoas, incluindo uma criança”. Dezenas de vídeos do bombardeio realizado pela Ucrânia contra a população de Donetsk circulam pelas redes sociais.

Eva Bartlett registrou que um paramédico e um médico estão entre os mortos. Um jornalista da RT News foi ferido no ataque ucraniano.

Nas fotos e vídeos do local, é possível identificar que se trata do Donbass Palace, que fica de frente para duas grandes praças. Nos vídeos, as pessoas aparecem mortas nos gramados das praças.

A um quarteirão de distância, está o Teatro de Ópera e Ballet de Donetsk, onde estava sendo realizado o funeral da coronel Olga Kachura, morta na quarta-feira (3).

Eva Bartlett acredita que o bombardeio foi realizado para tentar atingir o funeral e, ao mesmo tempo, os jornalistas. “É provável que um hotel que abrigasse jornalistas também não fosse apenas um ‘dano colateral’”, disse.

“As forças de Kiev sabem que muitos jornalistas ficam neste hotel por sua localização central e e pelo wifi. Muitos frequentemente fazem suas reportagens ao vivo do lado de fora do hotel”, continuou.

Bartlett também comentou que através do trabalho desses jornalistas foi possível provar que a Ucrânia tem despejado sobre o território de Donetsk minas antipessoal, que são proibidas internacionalmente.

“Esses explosivos são projetados para arrancar pés e pernas, e a Ucrânia disparou repetidamente foguetes com eles, lançando-os intencionalmente em áreas civis em Donetsk e outras cidades do Donbass”, contou Bartlett.

O bombardeio contra o hotel, por outro lado, foi realizado com explosivos tradicionais, provavelmente entregues às Forças Armadas da Ucrânia pelos Estados Unidos.

“Diz-se que a Ucrânia usou armas de calibre 155 mm padrão da OTAN no ataque de hoje. Se isso for verdade, este é outro exemplo da Ucrânia usando armas fornecidas pelo Ocidente para massacrar e mutilar civis nas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk”, denunciou.

“Se, ao bombardear um hotel cheio de jornalistas, Kiev quisesse intimidá-los para que não reportassem os crimes de guerra da Ucrânia, não funcionará”, afirmou Eva Bartlett.

Ela disse ainda que “a Ucrânia rotineiramente persegue, censura, aprisiona, tortura e tem como alvo o pessoal da mídia, colocando-nos em listas de morte”. O nome de Bartlett aparece em uma “lista negra” dos ucranianos.

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