Arquivos de documentos confidenciais foram retirados da Casa Branca por Trump (David 'Dee' Delgado/Reuters)

Trump foi flagrado com 11 conjuntos de documentos confidenciais – quatro deles classificados como ‘altamente secretos” – através de uma busca em sua mansão por agentes do FBI.

Tais documentos foram retirados ilegalmente da Casa Branca para manipulação pessoal, o que pode levar o ex-presidente a ser enquadrado na Lei de Espionagem.

No mandado de busca e apreensão tornado público na sexta-feira (12), a Justiça deixa claro que a operação na casa de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, nesta semana, se deve a denúncias de violações da Lei de Espionagem, além de infrações relacionadas a obstrução da Justiça e destruição de registros do governo federal.

O documento esclarece que Trump encontra-se numa relação jurídica bastante complicada, pois passa de situação de hipótese para prova material, diante de todo o arsenal encontrado, já que poderia prejudicar e comprometer diretamente o interesse nacional para fins pessoais.

Uma condenação por violar qualquer uma das leis explicitadas seria bem pesada: a Lei de Espionagem tem pena máxima de 10 anos de prisão e a legislação de obstrução da Justiça tem pena máxima de 20 anos, enquanto o estatuto de destruição de registros do governo também pode impedir um condenado de exercer qualquer cargo eletivo no futuro.

Em contraposição às denúncias, Trump alega que antes de deixar a Presidência dos EUA havia retirado o sigilo de todos os documentos, o que é totalmente rechaçado pela Justiça.

Foi o Departamento de Justiça que solicitou o mandado ao juiz Bruce Reinhart para revistar a casa do ex-presidente. Ao fazer o pedido, o departamento argumentou que tinha motivos para acreditar que Trump violou a Lei de Espionagem.

Agentes do FBI levaram mais de 30 itens, entre eles mais de 20 caixas, pastas de fotos, uma nota manuscrita.

O mandado concedeu aos agentes autoridade para apreender “todos os documentos físicos e registros que constituam provas, contrabando, frutos do crime ou outros itens que foram obtidos de forma ilegal”, o que configura violação do Código dos EUA, incluindo documentos com marcações de sigilo e registros presidenciais criados entre 20 de janeiro de 2017 e 20 de janeiro de 2021, informou a Fox News.

De acordo com o Washington Post, os agentes pensavam encontrar algo ainda pior, como documentos ligados a armas nucleares.

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