Marcha pela pátria e em defesa da democracia chega a La Paz | Foto: Reprodução

“Iniciamos esta grande marcha em defesa da Pátria e da democracia. Esta é a verdadeira unidade do povo boliviano, que hoje marcha pacificamente, mas com firmeza”, assinalou Arce através das redes sociais.

Na quinta-feira (25), uma multidão tomou as ruas da capital boliviana em apoio à reconstrução econômica do país. No ato, Arce denunciou que no país há riscos de que a direita golpista volte a levantar a cabeça e ameaçar o desenvolvimento do país, referindo-se a Camacho, um dos protagonistas de golpe de 2019, com o qual Jeanine Añez usurpou o poder.

O presidente destacou em seu discurso que “a direita sempre vai procurar desculpas para nos desestabilizar”, mas “o povo boliviano não quer mais golpes, o povo quer trabalhar, progredir e industrializar o país”.

Ele ressaltou que as potências ocidentais “querem o lítio da Bolívia, gás, o ferro” e alertou que “a direita sempre buscará desculpas para nos enfraquecer e nos desgastar, com a cumplicidade de vários atores da sociedade”.

O governo enfrentou nas últimas semanas duas violentas greves na região de Santa Cruz, reduto da oposição, com a desculpa surpreendente do adiamento do censo populacional. O censo, que deve ser realizado a cada 10 anos e estava previsto para 2022, foi adiado para 2024, por conta de problemas da pandemia e atrasos técnicos.

A mobilização foi convocada pelo chamado “Pacto de Unidade”, que reúne sindicatos e organizações camponesas e de indígenas parlamentares pró-governo, como o presidente do Senado, Andrónico Rodríguez, que integra o partido MAS (Movimento ao Socialismo).

Ao final da mobilização, Arce insistiu: “Mais uma vez, a maturidade e a sabedoria do povo boliviano prevalecem para defender a democracia nesta marcha histórica. Os bolivianos não querem mais golpes, querem trabalhar e industrializar o país. Muito obrigado Bolívia! Os golpistas não passarão!”

Todos pela defesa da soberania

Em seu discurso, o vice-presidente David Choquehuanca enfatizou a importância de ter chegado ao poder por meio de eleições legítimas. “Estamos aqui para defender nossa democracia, nossa estabilidade econômica, nosso processo de mudança, nosso governo legal e legitimamente eleito nas urnas”, disse Choquehuanca, que teve grande apoio dos setores indígenas no início da marcha e convocou empresários, militares, policiais, universitários e outros para defender a soberania, a estabilidade econômica e os recursos naturais: “Ninguém se salva sozinho, todos precisamos uns dos outros”.

Afirmou que a oposição faz uso de um censo populacional e habitacional, previsto para 2024, apenas com desejos desestabilizadores.

O ex-presidente Evo Morales, também presente na manifestação, sublinhou a importância da unidade das forças progressistas do país. “A unidade é o triunfo do povo e a derrota do império. Nossa tarefa e responsabilidade é garantir a unidade de nossas organizações sociais diante dos desejos de nos dividir da direita interna e externa que, sob direção externa, tentam provocar e desestabilizar”.

Mais de cem organizações participaram da mobilização, segundo o jornal boliviano La Razón. Entre elas estão a Central Obreira Boliviana, principal central sindical do país, a Confederação dos Povos Indígenas da Bolívia e a Confederação Nacional das Mulheres Indígenas Camponesas da Bolívia, entre outras, unificadas pelo “Pacto de Unidade”.

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