“Defender os direitos do povo e travar o debate de ideias”, diz Luciana Santos à parlamentares eleitos
Ao abrir o Encontro Nacional de vereadoras e vereadores eleitos do PCdoB na noite desta terça-feira (17), a presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos situou sobre o momento político sob o governo Lula que está prestes a completar dois anos de gestão. Ressaltou ainda a importância de os parlamentares eleitos fazerem a defesa dos direitos sociais e praticar o bom debate de ideias nas câmaras dos municípios brasileiros.
O evento virtual foi organizado pela Secretaria Nacional de Relações Institucionais do PCdoB, sob o comando do secretário Márcio Cabreira e do adjunto, Luciano Siqueira. Contou ainda com a explanação dos parlamentares eleitos: de Salvador (BA), Aladilce Souza; de Campinas (SP), Gustavo Petta; de Recife (PE), Cida Pedrosa; de Caxias do Sul (RS), Andressa Marques e de Criciúma (PR); Giovana Mondardo.
Aos parlamentares, Luciana Santos afirmou a importância de analisar o conjunto de elementos políticos sucedidos no último período para orientar a atuação do PCdoB, dar início ao projeto eleitoral para 2026 e na preparação do Congresso partidário que se dará em Brasília em outubro de 2025.
Sobre as eleições municipais deste ano, a presidenta avaliou que foram marcadas por uma intensa disputa política, com uso da violência política e da propagação das fakenews que continuaram. “A extrema direita conseguiu demonstrar força, porém surgiu dividida”, avaliou.
Um elemento importante no resultado eleitoral deste ano, destacou a presidenta, “é que a extrema direita conseguiu atrair o contingente de forças que oscila entre um campo político e outro e, que sofreu rachaduras”. Apesar disso, o PL, partido de Bolsonaro, foi a legenda mais votada nestas eleições, ponderou Luciana. Porém, neste momento, Bolsonaro está emparedado, disse, refletindo sobre a gravidade do plano de envenenar o presidente eleito, o vice e o presidente do TSE, demonstrando até onde a extrema direita pode chegar com seus métodos de violência política. Ela destacou ainda a atuação da Polícia Federal e do indiciamento de Bolsonaro e de mais 37 pessoas pelo atentado no 8 de janeiro.
Sobre a Federação, a dirigente lembrou que as eleições municipais deste ano foram as primeiras que contaram com essa experiência. “Houve uma concentração de forças, mas como instrumento político, a Federação saiu fortalecida de sua missão”, avaliou. Porém, para ela, é preciso aperfeiçoar essa ferramenta e também atrair ainda mais forças para a Federação Brasil da Esperança (composta por PT, PCdoB e PV).
A frente ampla foi decisiva para barrar o governo de extrema direita, ponderou a dirigente, mas essa mesma frente ampla tem interesses econômico diferentes.
A economia e o debate sobre o ajuste fiscal
Há uma verdadeira chantagem praticada pelo mercado financeiro sob o governo Lula. Para a dirigente, a dívida pública não está descontrolada. O governo está conseguindo conter o crescimento da dívida. Segundo ela, é preciso reforçar a necessidade da redução da taxa de juros que é “injustificável”.
Para Luciana, o ambiente político está marcado por vários fatos políticos e que é preciso ter pulso forte para nos posicionar. Para ela, a eleição da mesa diretora da Câmara dos Deputados, do Senado, do Congresso Nacional, bem com a agenda legislativa, o pacote fiscal do governo federal serão fatores decisivos para a governabilidade e deve impactar os últimos anos do governo Lula. “É hora do nosso campo reagir!”, afirmou.
A presidenta do PCdoB ressaltou a defesa inconteste da bancada comunista na Câmara sobre os ajustes no salário-mínimo e sobre as possíveis alterações no Benefício de Prestação Continuada (BPC). Segundo ela, é preciso proteger os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e que o compromisso do PCdoB é lutar para garantir um projeto justo e alinhado aos direitos sociais.
“Nossos resultados criam base eleitoral para 2026”
Para a presidenta, os objetivos eleitorais foram atingidos. Contando como resultados positivos as vitórias nas capitais, cidades grandes e médias, em particular na capital mineira, onde conseguimos retomar a presença na Câmara. Valorizou o desempenho do PCdoB na Bahia, onde a legenda se consolida como uma das maiores forças políticas. O partido elegeu no estado 15 prefeitos, sete vice-prefeitos e 173 vereadores.
Cidades com mais de 200 mil eleitores, o PCdoB elegeu 31 vereadores e vereadoras e nove suplentes. Dos eleitos, 25 homens e seis mulheres). Sendo oito nas capitais, dois em Porto Alegre, dois em Salvador e um em Belo Horizonte, Recife, São Luís e Belém.
Com a reforma eleitoral, o PCdoB lançou em 2024, cerca de 3.150 pretendentes ao cargo de vereador, sendo que nas eleições municipais de 2020 havia lançado quase 11 mil candidatos e candidatas à Câmara Municipal.
“Garantir o bom combate”
Para encerrar sua fala aos parlamentares do PCdoB nos municípios, a presidenta afirmou ter a certeza de que cada um dos camaradas eleitos irá garantir um bom combate em suas câmaras e que é preciso “nos armar para as batalhas vindouras, estreitar ainda mais a relação direta com a massa, defendendo os direitos do povo e travando o bom debate de ideias”, finalizou.