Nádia Campeão durante Encontro Nacional de Organização do PCdoB. Foto: Cezar Xavier

Secretários estaduais de Organização do PCdoB se reúnem desde esta quinta-feira (2), até domingo, na sede nacional do Partido para discutir os desafios de organização partidária sob o novo governo Lula. 

Segundo a Secretária Nacional de Organização do PCdoB, Nádia Campeão, o objetivo é organizar o trabalho de direção do partido ao longo de 2023, com vistas à 2024, definindo um roteiro de trabalho da direção como um todo, em todo o país, em torno das questões principais. 

“Nesta primeira etapa, aparece com muita força o objetivo do PCdoB, ao lado da sua grande influência política, e da disposição de participar e apoiar o governo Lula nas transformações que o Brasil precisa, está também o fortalecimento e o revigoramento do nosso partido”, afirmou Nádia.

De acordo com o relato da dirigente, a discussão mais frequente tem sido o problema da importância do trabalho popular nas comunidades, e, portanto, definir uma política nacional de fortalecer o Partido na bases, que é o caminho para ajudar os processos de transformação no país. “O PCdoB é essa força transformadora e revolucionária que precisa estar mais enraizada na realidade do povo”, resume ela. 

Foto: Cezar Xavier

Valorizar as potencialidades

Embora o debate tenha girado em torno de lacunas que precisam ser preenchidas no trabalho organizacional, Nádia diz que o encontro também tem o papel de valorizar “tudo o que o PCdob tem de grandeza”. “É muita coisa! Somos um partido de grande influência política e grande respeitabilidade no país, inserido na vida política e social”, afirmou.

Ela citou, por exemplo, algumas experiências de comitês estaduais muito exitosas, com destaque para o trabalho da Bahia. “É a mais exitosa em vários quesitos; um trabalho de longa data que mostra muito vigor e coisas positivas. Mas isso também está em várias experiências do Partido, não só em estados, mas em frentes específicas”, salientou. 

Diante dessa dimensão que o Partido alcançou, nestes cem anos, o que está sendo enfatizado neste encontro, segundo ela, é uma convergência entre esta influência e respeito com o reflexo nas lutas do povo. “O que está sendo dito, aqui, é que precisamos ter uma força real e concreta, de base e de massa, à altura e mais próxima disso. Esse é o grande desafio em todo o país, sem exceção.” 

Walter Sorrentino, vice-presidente do PCdoB, fala durante Encontro Nacional de Organização. Foto: Cezar Xavier

Relançar o Partido

Para o vice-presidente do PCdoB, Walter Sorrentino, é uma grande alegria realizar este primeiro grande encontro com os dirigentes estaduais e ver “todos esses camaradas experientes”, presencialmente. 

“A questão é que se abriu um novo horizonte no país, e é hora de retomar e atualizar as linhas políticas e de organização do Partido. O partido está ciente de que há um grande novo oceano para a gente dar braçada e chegar mais ao povo, e ajudar o Governo Lula a cumprir seu programa de governo e o partido se fortalecer”, afirmou. 

Sorrentino avalia que o Partido pagou um alto preço de 2013 pra cá, quando houve uma contraofensiva reacionária no país. Agora, é hora de atualizando as linhas de atuação. “Agora é hora da gente relançar o Partido.” 

Sorrentino é da opinião que, quem tem muitas prioridades, não tem nenhuma. “Acho fundamental, nessa hora, que tenhamos foco. Um foco bem determinado”, reiterou.

Segundo ele, o foco foi apresentado pela Secretaria Nacional de Organização, que é conceber uma grande política nacional de fortalecimento da atuação de base, junto ao povo trabalhador, aos jovens, aos negros, às mulheres. “Esse é o elo que precisa ser agarrado agora. Para que a gente descortine o fortalecimento do Partido”. 

Ele admite que este não é apenas um problema organizativo, mas também político. No entanto, as novas condições são mais favoráveis, e é preciso organizar o povo, inclusive para ajudar o Governo Lula. 

Marianna Dias, secretária de Organização da Bahia faz intervenção durante Encontro Nacional de Organização. Foto: Cezar Xavier

Governo de entregas

“Precisamos também reconquistar a confiança daquelas amplas parcelas que não votaram em Lula, um problema que continua em aberto”. 

Sorrentino, no entanto, acredita que este governo já começa fazendo muitas entregas, desde o primeiro momento, com políticas universais, desde o primeiro ano. “Faremos entregas em todos os terrenos, sem entrar em debates culturais e guerras marxistas, estas besteiras todas que Bolsonaro utilizou. Essas políticas públicas melhorando a vida do povo, criam este ambiente mais favorável”, apostou. 

Para ele, a política nacional de fortalecimento da atuação de base -o principal tema deste encontro- , terá impactos perceptíveis na cara do Partido. “Vai promover uma pequena revolução em nosso partido. No modo como nosso partido opera para dentro e para fora”. 

Será uma operação de inserção do Partido no meio do povo, em todas as dimensões, em todas as causas sociais, civis, humanitárias, de direitos humanos. “Porque o fundamento do Partido Comunista é servir ao povo. É isso que precisamos fazer junto à base da sociedade, sobretudo nos grandes centros urbanos, e nos prepararmos para esse grande desafio de derrotar o bolsonarismo, que ainda persiste, e termos o fortalecimento, inclusive eleitoral do nosso Partido”. 

Confira a programação dos demais dias do Encontro Nacional de Organização do PCdoB

(por Cezar Xavier)