Se há uma coisa que o PCdoB defende é a diversidade. E prova disso é uma das candidaturas mais emblemáticas na disputa deste ano a uma vaga na Câmara Federal: Silvinha 6555 é mulher transexual, feminista, comunista e militante do movimento LGBT e concorre a deputada federal.

Com longa e marcante trajetória na luta contra a homofobia e o direito das pessoas LGBT, Silvinha poderá ser a primeira mulher trans a ocupar uma cadeira no Congresso Nacional. O desafio de amplificar sua atuação dos movimentos sociais para a política foi encarado como mais um de tantos que Silvinha tem superado, com coragem, compromisso e humor. “Desde sempre soube que a política impõe obstáculos para uma maior participação nossa, das mulheres. Então eu abracei o desafio da candidatura, já sabendo que seria mais difícil para mim como mulher trans”, considera.

Mesmo com as dificuldades que a maioria das campanhas enfrenta, ela afirma, por vezes, ser surpreendida positivamente. “Pessoas idosas, que poderiam ter a cabeça mais conservadora, declaram voto e expõem que percebem em mim garra e vontade de mudar, de transformar a política. Eu compreendo bem que sou uma mulher trans e que tenho que demarcar esse espaço na campanha, mas eu não me limito a ser apenas uma trans candidata. Procuro deixar sempre bem claro que eu sou uma representante do povo e por isso mereço os votos do povo cearense”, ratifica.

A mensagem de sua candidatura ultrapassa a política, a ideologia e o partidarismo. “Eu quero levar para essa campanha uma mensagem de amor, de paz e de justiça: o amor vai transbordar! É preciso e é possível fazer isso na política. Meu objetivo é Ocupar Para Transformar”, reforça.

“Lacração”

A gíria popular entre a comunidade LGBT que deriva do verbo “lacrar”, sinônimo de “arrasar”, “mandar bem” ou “ter sucesso”, dá o tom de engajamento e humor de sua campanha. Os vídeos compartilhados nas redes sociais driblam os recursos escassos e conquistam cada vez mais apoiadores. A criatividade é a marca da candidata “lacradora”, que ganhou até uma homenagem em forma de fanzine. O artista batizou a obra, disponível para aquisição pelo Benfica, de “transzine”.

Mais sobre Silvinha 6555

Silvinha foi a primeira transexual a ser presidenta de um Centro Acadêmico no Brasil, o “C.A. Patativa do Assaré”, dos Cursos de Letras da UFC, em 2012. No mesmo ano também foi a primeira transexual a ser diretora de um DCE no Brasil, na gestão “DCE de Verdade”, também da UFC. Como marca lutou e conquistou o direito do uso do nome social para transgêneros na Universidade.

Em 2014, foi eleita a primeira transexual presidenta da União da Juventude Socialista de Fortaleza (UJS), dentre todas as cidades do Brasil onde a entidade se organiza, e também conquistou o direito do uso nome social para transgêneros na carteirinha de estudante de Fortaleza.

Silvinha fez parte do Conselho Municipal de Juventude pelo Movimento pela Livre Orientação Sexual (MOVELOS); integrou a equipe da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres do Governo do Estado do Ceará, onde contribuiu para o Decreto N° 32.226/2017 sobre o uso do nome social no Estado do Ceará e a Portaria N°30/2017 sobre o atendimento para mulheres trans e travestis nas delegacias de defesa da mulher do Ceará. Também participou da implementação da Casa da Mulher Brasileira do Ceará.

Atualmente é dirigente do Comitê do PCdoB Fortaleza, 2ª Vice-Presidenta e Diretora de Trabalho, Emprego e Geração de Renda da União Nacional LGBT (UNALGBT) e está se formando em Letras – Português pela UFC.

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