Durante aproximadamente quatro horas os convidados fizeram uma análise sobre a política econômica nas últimas décadas nos setores de comércio, indústria e inovação. Foram reunidos e apresentados dados pelos palestrantes que dão a dimensão da participação do Brasil no desenvolvimento industrial mundial.

Os participantes também levantaram e discutiram pontos sobre a evolução da indústria em si, os próximos passos até o país conseguir alcançar a 4ª Revolução Industrial, como outros países reagem a essas mudanças e quais são as prioridades e posicionamentos recomendados. (Saiba mais sobre o seminário).

Para Luciana a CTASP demonstra muita clareza sobre a importância desta temática quando realiza um seminário para abordar a questão. “Essa é uma pauta de todos os brasileiros, dos trabalhadores e de setores do empresariado. Uma pauta de país, já que os mais interessados no crescimento e no desenvolvimento nacional são os trabalhadores e trabalhadoras desse país, que em última instância são os responsáveis pela produção da riqueza”.

“Na quadra que estamos vivendo, diante dos desafios do desenvolvimento nacional, temos que debater os grandes entraves que nos levam ao patamar de retrocesso na industrialização brasileira. Estamos num mundo que passa por uma revolução tecnológica, que está se inserindo na indústria 4.0, na chamada inteligência artificial, enquanto isso nós estamos lá atrás, discutindo os gargalos do desenvolvimento que ainda temos que resolver no Brasil”, observou.

Comentando algumas apresentações do seminário, Luciana criticou os pensamentos que defendem que a industrialização brasileira é uma pauta superada ou que aponta que o país deve preocupar-se unicamente com a produção de matérias prima, consolidando sua vocação de indústria de base. “Ninguém tá questionando a importância estratégica da produção de matéria prima, até porque ser autossuficiente em produção alimentar, por exemplo, é uma questão de segurança nacional. O que estamos dizendo é que isso não é suficiente. Precisamos ir além, combinar desde questões de infraestrutura até bens de alto valor agregado. Só na Farmoquímica a gente importa 30 bilhões em medicamentos!”.

Usando a opinião do economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso como exemplo, a deputada pernambucana enfatizou que esse debate não pode ser encarado como uma questão ideológica e que é preciso rever a política cambial. “Não só o câmbio, mas a vontade e a disposição política de investir na inovação. Precisamos nos inserir nas cadeias mais dinâmicas da economia. Marina Mattar, da Abiquim, citou o caso das terras raras, nós poderíamos ser grandes produtores nessa área se, lá atrás, tivéssemos uma política industrial voltada para essa matéria prima”, ponderou.

Luciana encerrou sua participação no seminário frisando: “Esse é o debate que precisa se apresentar nas eleições do ano que vem. O debate do enfrentamento da corrupção é necessário e nós precisamos realizar, mas ele embaça o que há de fundamental nesse país, que é discutir qual o papel do Estado na indução do desenvolvimento nacional”.

Fonte: Por Ana Cristina Santos, Ascom Luciana Santos