Pode o partido se degenerar? Perguntava Stálin em uma palestra proferida na universidade Svedolov em 9 de junho de 1925; ele destaca o debate perante a três aspectos, o primeiro sobre a perda de perspectiva socialista, a segunda sobre a perda da perspectiva revolucionária internacional e a terceira sobre o perigo de enfraquecer a direção do partido.

Por Jocelin de Lima Bezerra (Celino)*

Diante desta reflexão, é bom avisar que este não é um artigo só sobre a organização partidária, mas também dando instrumentalidade para vitalidade ideológica como conteúdo de transformação, que sem dúvida nenhuma é o conteúdo de energia de transformação que é o SOCIALISMO.

O socialismo é aspiração de todos os povos, que cultiva a liberdade, o bem-estar e a busca da vida plena; sua história em experimentação foi sonho dos povos, experimentada bravamente pelo povo soviético e depois concretizada pelos povos chineses, o leste europeu, cubano, vietnamita, chileno, venezuelano e Boliviano…

São os países socialistas em suas experiências, que mais tem índice altos de IDH (INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO); são esses países que mais praticam a democracia em busca de seu estágio pleno; a produção econômica não se concentra em famílias e ou aglomerados de magnatas; são os trabalhadores que têm o protagonismo político e o respeito ao meio ambiente são os que mais cumprem metas estabelecidas pela ONU.

Talvez essas citações fossem suficientes para concluir meu argumento em defesa desta sociedade; mas o foco deste artigo e objeto de estudo é o conteúdo do socialismo.

Voltando à reflexão de Stálin no início deste artigo, o 14º congresso do PCdoB coloca alguns problemas e limites diante da realidade que é propício para a reflexão que Stálin faz em: PODE O PARTIDO SE DEGENERAR?

E a tese do 14º congresso, no tocante FORTALECER O PCdoB E ELEVAR SEU PAPAEL NA RESISTÊNCIA; afirma a busca de um partido de novo tipo marxista-leninista para o nosso tempo. E como se traduz isso?

Segundo o documento, se dá na luta atual pelo socialismo, que passa pela luta patriótica, anti-imperialista, democrática e popular de cunho amplo, com o partido organizado, planejado, unido, mobilizado, estruturado e autossustentável. No seio do povo e em especial entre os trabalhadores.

No meio dessas afirmações já decenais, a avaliação é que acumulamos força; mais ainda inferior pelo que a realidade exige e nos condena diminuir e talvez deixar de existir na atual legalidade do estado e democracia burguesa.

Na tese do 14º congresso nacional são apresentados os problemas e os limites atuais; entre eles “as pressões pragmáticas, liberais, corporativistas e dogmáticas”; as limitadas vidas orgânicas em campo de atuação das bases em frentes prioritárias levando à dispersão. Foram sintomáticos e reconhecido no período das passeatas de 2013, onde demorou reconhecer o fenômeno daquele momento no caso especifico da horinzontalização das organizações “independentes” com as massas.

Dentre o exposto, o partido do socialismo tem uma tarefa grande, que é o programa socialista; onde renovou seu compromisso de forma apropriada e mais acentuada do que as outras iniciativas da vida partidária nesses noventa anos de luta e construção partidária, a vida programática do PCdoB sempre foi um compromisso de elaboração com foco a esta nova sociedade.

De 1995 para cá; o programa socialista teve um salto qualitativo em profunda acumulação de força que foi da perspectiva transitória ao zero na derrota golpista atual em curso; os horizontes previstos nos últimos governos progressistas foram interrompidos pelo contra-ataque da direita política Brasileira.

Hoje nossa luta se resume ao retorno dos parâmetros da democracia burguesa e com um partido desmobilizado perante a negação da política e como também a perseguição ideológica de forma nefasta pela onda reacionária que atravessa o país.

A existência do partido corre perigo, não só pelo caso da cláusula de barreira no congresso nacional com a reforma que a direita planeja em sua reforma; mas também pela perspectiva de retorno aos áureos tempos da ditadura ou um sistema controlado pelos aparelhos estatais em que a plutocracia vê como saída para a preservação do status quo do projeto neoliberal.

Diante do exposto, uma das principais saídas da militância e dirigentes do partido é o socialismo e seu conteúdo como combate, com o seu conteúdo efêmero e fênix que é.

Existe uma grade curricular do socialismo, existe um objeto de estudo científico, existe experiência de Estado socialista e como também sua historiografia; sistematizar este conhecimento como produto, ferramenta e arma; a militância do partido terá musculatura ideológica para fazer crescer o partido.

Exige-se que façamos grande propaganda das ideias do socialismo, dos conceitos e diferenças com a atual sociedade capitalista; exige-se que nossos argumentos sejam convencedores e demarcantes.

A cultura do socialismo no Brasil já tem um núcleo em pleno desenvolvimento não só no PCdoB, mas em boa parte da esquerda Brasileira; o problema central são os caminhos escolhidos nas táticas e distorções históricas nas interpretações da teoria e seus personagens, mas é um bom problema, para quem tem mais acertos nas encruzilhadas históricas é um ponto a mais, como o próprio PCdoB, que tem dado banho nessa experiência do Governo Lula/Dilma.

Penso que o artigo, incentiva a nós do PCdoB a olhar isso com prioridade, em especial os intelectuais do partido de perfil orgânico, tem esta capacidade de elaborar um plano de intensificar o conteúdo de socialismo na veia dos militantes e os trabalhadores e trabalhadoras desse país.

Vamos sacudir esses recantos cheios de teias de aranhas e mofos, dar vida política aos que estão desesperados sem perspectivas de mudanças, se existe um bom momento de contrapor a lança lançada, é lançando outra na contra ofensiva do inimigo, porque a melhor defesa é o conteúdo do socialismo como ataque. Avante!!!

Viva o 14º congresso nacional do PCdoB!

Viva o Socialismo!!!

*Professor da rede municipal de Parnamirim e secretário sindical do PCdoB-RN.