Manuela ao lado de representantes do PT, PSB e PDT. Foto: Richard Silva

Reunindo lideranças dos movimentos sociais, autoridades e lideranças políticas de diversos partidos, o ato do 14º Congresso do PCdoB, realizado neste sábado (18), transcendeu o encontro da legenda e se transformou num grande movimento das forças populares em defesa dos interesses nacionais e contra o retrocesso do governo de Michel Temer.

“Somos retalhos de uma mesma colcha e os nossos militantes serão os costureiros da unidade”, sintetizou a pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, ao se referir aos partidos presentes no ato, que contou com representantes do PDT, PT, PSB, PV e PPS. O ex-presidente Lula confirmou presença neste domingo (19), no encerramento do Congresso.

“Não tentem nos dividir”, advertiu Manuela, numa clara referência ao discurso propagado por parte da grande mídia de que a sua pré-candidatura seria para dividir o campo progressista ou atrapalhar as pretensões de outros pré-candidatos.

“Não tentem dividir aos homens e mulheres que estão neste palco e que vivem o que significa a desconstrução veloz do Estado brasileiro. Não tentem dividir aqueles que trabalham e sabem o valor da CLT. Não tentem dividir as mulheres e homens que estão nas universidades ou institutos federais e sabem o que significa a Emenda Constitucional 95. Não tentem dividir aqueles que sonham com um Brasil soberano, desenvolvido e justo para o seu povo”, reafirmou a deputada gaúcha.

E completa: “Nós, do PCdoB, sempre fomos aqueles que soubemos o valor da unidade. Não será num momento de busca de saídas de uma crise tão severa que faltaremos com o compromisso com a bandeira e os sonhos de um Brasil justo e soberano”.

Legitimidade

A presidenta nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), asseverou que 2018 será a grande arena de debate no país. “O PCdoB defende a legitimidade da campanha de Lula. Assim como é legítima a candidatura de Ciro Gomes. E é nessa mesma seara que o PCdoB, um partido de 95 anos, apresenta pela terceira vez na sua história, uma pré-candidatura a presidente da República com Manuela D’Ávila”, disse a dirigente comunista.

E acrescenta: “Todas são candidaturas estão a serviço da retomada do projeto nacional e popular. A serviço de uma frente ampla que discuta o Brasil e possa dar garantias de que esse pais tem saídas e a nação não se renderá e vai assegurar a retomada do projeto nacional e popular”.

PDT e Ciro

O governador do Piauí, Wellington Dias (PDT), afirmou que o momento do país é como um campo de batalhas em que de um lado temos os que rasgaram a Constituição e de outro os que defendem a democracia.

“É necessário fazer a ingração do campo político. Por isso, saúdo a iniciativa do PCdoB de lançar a pré-candidatura dessa mulher guerreira que é a Manuela. Compreendo que, assim como a iniciatia já lançada em relação ao Ciro Gomes, o nosso partido, trabalhando com Luiz Inácio Lula da Silva, deve seguir com o PSB e outros partidos na direção de nos organizarmos com os vários setores na defesa da democracia, pois o que está em jogo é o futuro do nosso país”, declarou o governador.

Ciro Gomes, por sua vez, enviou um vídeo em que destaca “a lucidez, o espírito público e a capacidade estratégica de compreensão da realidade brasileira” apresentada pelo PCdoB em seus documentos e projetos de resoluções do congresso.

Sobre 2018, Ciro afirmou que espera manter o diálogo que tem com o partido ao longo dos últimos 20 anos. “E faço uma saudação especial à companheira Manuela D’Ávila. Minha colega com quem tive a honra de conhecer de perto o talento e o amor ao Brasil e a capacidade que tem, na sua doçura, de ser firme e liderar qualquer que seja a comunidade que ela abrace. Ela, certamente presente no debate nacional brasileiro, contribuirá, e muito, para preservar a qualidade desse debate no momento em que o país está sofrendo tanto as agruras da mediocridade, da corrupção e da destreza do nosso povo na luta politica”, enfatizou Ciro.

PSB

Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, destacou a história de alianças com o PCdoB. “São dois partidos que não mudaram o nome – como outros que estão no quinto ou sexto nome – para que esqueçam a história que fizeram na vida republicana deste país”, afirmou.

“Todos os avanços ocorridos no mundo tem o desejo, tem a luta dos comunistas e socialistas, e aqui no Brasil dos petistas e pedetistas. Esse é o verdadeiro núcleo que precisa ser o núcleo político de um futuro governo para que possamos, junto com os movimentos sociais, realizar as mudanças estruturais em nosso país”, defendeu Siqueira, reformando que, apesar de vivermos um período de retrocesso, “em 2018 o povo dará uma resposta cabal”.

Representando a presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR), Marcio Macedo fez um agradecimento especial à militância e direção do PCdoB. “Além da história de luta, temos muita gratidão pelo PCdoB”, disse ele, citando a atuação do partido na defesa da democracia, enfrentando “com valentia a tirania do golpe”.

“Feliz é o partido que tem um quadro como Manuela”, disse ele, ao se referir à pré-candidatura da deputada estadual. “O PCdoB pode ser vice do Lula, assim como o Lula pode ser o vice da Manuela. E se os dois forem para o segundo turno, será a redenção popular”, brincou.

O presidente do PV no Distrito Federal, Eduardo Brandão, afirmou que que a sigla tem muitas convergências com o PCdoB que poderão ajudar na construção da saída da crise. Destacou ainda que o “PCdoB é um partido necessário” para o Brasil.

O dirigente do MTST, Guilherme Boulos também enviou vídeo saudando o congresso dos comunistas. “Nós do movimento dos trabalhadores sem teto temos em vocês grandes aliados na luta por direito e democracia em nosso país, espero que façam excelentes debates para que a gente possa no próximo período com muita unidade tomar as ruas contra todos os retrocessos que tem acontecido no Brasil. Aqui de São Bernardo do Campo[SP] mando um abraço à militância do Partido Comunista do Brasil”.

De Brasília, Dayane Santos